Antônio França Teixeira, além de advogado foi também o papa dos programas esportivos nas décadas de 60 e 70. Ele foi pioneiro no formato de rádio empresa, comprando o horário na emissora e vendendo aos patrocinadores, formato inteligente que foi seguido por todos até hoje.
França dinamizou o esporte na Bahia. Suas posições inovadoras e sempre polêmicas provocavam discussões que se estendiam por semanas. Foi o criador de gírias e expressões populares que se tornaram comuns como; "Ferro na boneca" e, "É no gogó", que a toda hora eram repetidas pela população.
Líder absoluta de audiência, sua resenha ao meio dia dava vida a um personagem crítico ferrenho e contumaz denominado "Zé Veneno", terror dos dirigentes desportivos, atletas, empresários e até dos próprios colegas de profissão que nutriam um forte ciúme dele (o que é comum) em razão do seu sucesso que acabou se estendendo para a televisão e o elegeu deputado federal por duas vezes.
Tentou sem sucesso se eleger prefeito de Salvador, mas recolheu-se convenientemente no Tribunal de Contas do Estado-TCE, onde como conselheiro terminou os seus dias.
França foi também o pioneiro da chamada "pegadinha". E a maior delas aconteceu na década de 70 quando fez a torcida do Bahia (do qual era um torcedor enrustido) acreditar que o rei do futebol Pelé, estava sendo contratado pelo Tricolor.
A coisa foi tão bem bolada que o próprio Rei entendeu a brincadeira e confirmou via telefone em pleno ar durante o programa. Todo mundo acreditou, inclusive o besta aqui.
Uma vez fiz uma crítica a ele diretamente quanto ao fato dele repetir um dos seus bordões que dizia, ...Um programa "arretadamente baiano", quando eu achava que deveria ser "retadamente" pois arretado é como falam os pernambucanos. Baiano fala, "retado". Ele acatou por educação, mas continuou dizendo "arretadamente". Ele era muito próprio.
Max Matos, dizendo tudo.
