Paulo Vieira: DUBLÊ DE PALHAÇO E HUMORISTA,

in Opinião

Ele foi detonado nas redes por piada mórbida com o empresário Luciano Hang. “Chorei quando o Velho do Rio morreu.…

PELÉ: Palavras que se perderam no ar!

in Opinião

...Quando Pelé fez o seu do milésimo gol em 1969, no momento crucial daquela euforia coletiva, ele teve a humildade…

LÁUREA DE AGRADECIMENTO

in Diversos

Em reconhecimento ao meu trabalho, assim como de todos os corretores de imóveis do Eatado da Bahia já remidos (70…

Terça, 20 Setembro 2022 13:42

SETEMBRO MÊS DO CARURU

Escrito por
Avalie este item
(0 votos)

Criado pelos negros africanos no Brasil, o caruru era usado como comida de ritual do candomblé oferecido aos orixás, acompanhado de vatapá, efó, feijão preto, feijão fradinho, mugunzá, arroz doce, camarão, farofa de azeite, pedaços de acarajé, abará e de frango.
Mas quando se trata de pagamento de promessas (o chamado caruru de preceito), acompanha ainda; pedaços de cana, a rapadura e a pipoca, regados ao aruá, ou aluá (há controvérsias sobre o verdadeiro nome) que é uma espécie de refresco feito com a casca da cana).
E aí como abertura e "pedido de licença", se convida sete meninos que numa cumbuca grande, comem juntos e com as mãos.

Quando menino, não perdia um caruru e antes de comer tínhamos que controlar a ansiedade obedecendo um ritual, cantando uma música cuja letra dizia: "Vamos levantar o Cruzeiro de Jesus, no céu, no céu, no céu a santa cruz", e nesse ínterim levantávamos e abaixávamos a cumbuca seguidas vezes. Só depois é que começávamos a comer. Inicialmente com muita disciplina. Mas no decorrer, a ansiedade levava alguns a acelerarem e os outros o seguiam para não comerem menos.
Aí acabava sempre em agitação. Por isso era conhecido também como caruru da balbúrdia.
Era assim no meu tempo de criança.

Mas hoje caiu muito, e uma das razões é que a maioria das pessoas humildes de bairros periféricos obedecem cegamente os fundamentos ensinados nas igrejas evangélicas que consideram o caruru, o acarajé e o abará como coisas ligadas ao satanás. kkkkkk

Na adolescência, continuei comendo caruru em qualquer lugar que me chamassem sem perguntar onde seria. Chegava ao ponto de, junto com a turma, pegarmos um ônibus pra ir ao local, e só me lembrava até ai, pois após deliciarmos a saborosa comida voltávamos pra casa e no outro dia eu nem sabia dizer qual o lugar, nem que bairro, nem nada.
Infelizmente o tempo se incumbiu de mudar toda essa cultura ficando apenas a saudade.

Max Matos, dizendo tudo.

Ler 1896 vezes Última modificação em Terça, 20 Setembro 2022 13:46

Deixe um comentário

O Blog de Max Matos aguarda o seu comentário. Participe!

402 comentários