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Quarta, 10 Janeiro 2018 02:05

Mulher que não quis ser atendida por negros é reincidente

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Mas quem disse que esse tipo de atitude é novidade?

Pode parecer difícil acreditar que coisas como esta ainda aconteçam e de forma tão explícita justamente numa cidade como Salvador, que independente de ter maioria negra na sua população, goza de uma comprovada convivência entre pessoas negras e pessoas de pele clara. Assim como também pela imagem que é passada para fora do estado e para o mundo.

Mas a verdade é que o racismo está sufocado dentro de muita gente que não consegue aceitar a junção ou união entre homens, mulheres e até crianças, aparentemente diferenciadas pela cor da pele.
É claro que isso se deve a um ranço cultural que não se conseguiu combater com eficácia, seja através do Estado como instituição, na criação de campanhas que dessem respaldo a lei Afonso Arinos, coisa que nunca foi feita e que seria seguido nas Escolas e dentro das famílias.

Nesta nossa amada Salvador, desde os anos 60, o carnaval que é uma festa tão democrática, alguns blocos não admitiam negros nos seus quadros de foliões, a exemplo do Internacionais e Corujas, que usavam deste expediente de forma muito aberta.
Já na década de 80, blocos como; Eva, Pnel, Crocodilo e Beijo, seguiram esta abominável prática mas que aos poucos foi sendo abolida, não pela vontade dos diretores dessas agremiações carnavalescas e nem tão pouco por parte da imprensa que nunca fez nada pra combater este mal social. Preferia adotar o "politicamente correto".

Mas com o tempo aquela política segregacionista sofreu um duro golpe. É que antes, o que atraía os participantes era o nome e status dos próprios blocos. A ascensão e valorização das atrações artísticas no mercado local e nacional, e que em cima dos trios elétricos animavam e motivavam cada vez mais novos integrantes, fez com que os blocos não suportassem pagá-las e fossem forçados a serem mais modestos, democratizando e aceitando "forçosamente" novos integrantes miscigenados, que antes eram selecionados e eliminados até pelo bairro em que moravam. Sabiam disso?

No início dos anos 90, quando comecei a publicar meus primeiros artigos no jornal A Tarde, bati de frente durante três pós-carnavais em cima disso, e recebia o apoio dos leitores através de diversas telefonemas e cartas, pois na época ainda não existia e-mail.
E o que mais me espantava é que as pessoas, todas elas me parabenizavam pela minha coragem. Eu me espantava, porque eu não via naquilo nenhum ato de coragem.
Pra vocês verem como era e ainda é, um tabu se abordar publicamente o assunto racismo, que infelizmente alguns ainda afirmam não existir.

Max Matos, dizendo tudo.

Ler 1613 vezes Última modificação em Quarta, 10 Janeiro 2018 03:22

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