Max Matos

Max Matos

Sábado, 23 Novembro 2019 14:43

A indiferança nossa de cada dia

Atribui-se esse texto, a perseguição dos nazistas na Segunda Guerra Mundial a uma comunidade francesa que reclamava contra o regime de Adolf Hitler: “Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como eu não era judeu não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não era comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não era católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram. Já não havia mais ninguém para reclamar.”

Infelizmente é assim que somos mas não percebemos. Ou percebemos e não queremos assumir.

Max Matos, dizendo tudo.

Sábado, 23 Novembro 2019 02:37

No dia do milésimo

Quando Pelé fez o seu milésimo gol em novembro de 1969, ignorou aquela inédita conquista colocando-a em segundo plano, e num gesto de humildade e espírito social, surpreendeu a todos clamando pelo futuro das criancinhas abandonadas do Brasil. Ao invés de o aplaudirem, muitos céticos ao seu sucesso o ridicularizaram ao invés de ouvi-lo.

Naquela época, o hoje traficante e presidiário FERNANDINHO BEIRA MAR tinha apenas três anos de idade. O também traficante e presidiário Marcos Camacho, o MARCOLA, ainda não havia nascido e o crime organizado também não existia.

Se o rei fosse ouvido, políticas públicas atingiriam as favelas de todo o Brasil e, provavelmente ambos, não seriam hoje esses monstros e talvez assim como milhares de outros, não seriam marginais e a violência no país não teria atingido estes índices assustadores, com certeza.

Continuamos dando crédito as palavras das pessoas levando em conta apenas pelo seu intelecto.
Isso é doloroso!

Max Matos, dizendo tudo.

Sexta, 22 Novembro 2019 12:58

CONSCIÊNCIA NEGRA

(Publicado no jornal A Tarde em 1993).
* Que amanhã, 20 de novembro, a sociedade reflita e o encare da mesma forma que o seu mártir Zumbí, o fez, com coragem e determinação. Porque naquela época, nada lhe era favorável. Ele não tinha a lei Afonso Arinos (mesmo burlável), para ser usada na sua defesa por algum ilusório advogado, não tinha carro de som para amplificar a sua voz, encorajar e mobilizar os seus seguidores. Não tinha a imprensa para divulgar as suas atividades.

Ele não contava se quer com políticos oportunistas (daqueles que a gente bem conhece), para visita-lo no Quilombo dos Palmares no período eleitoral, levando cestas básicas, pulhos favores, e com sorrisos forçados sair apertando a mão da negrada e lhes dar um apoio público, ainda que falso. É claro! negro não era cidadão, e por isso não votava.

Hoje tudo é mais “fácil” o negro tem a imprensa, a lei, tem advogados, tem carro de som, legou à sociedade, toda a sua cultura, as suas iguarias, a capoeira, a sua religião, suas festas que se tornaram populares e a sua música que é consumida em todo o Brasil, mas que ainda não é o suficiente para as mudanças tão desejadas.

E ainda existe uma inversão de interpretação quando acusam o negro de ser o racista, pode? Até o resistente bloco Ilê Aiyê é acusado de ser um bloco racista. Logo o Ilê que no início dos anos 70, surgiu e se insurgiu contra o que muitos não queriam e ainda não querem enxergar.
Amargos Hipócritas!

Max Matos
(Na época ainda não era, Dizendo tudo.) rsrs

Sexta, 22 Novembro 2019 12:44

20 de Novembro: PRECONCEITO ENDÊMICO:

Publicado em 20 de novembro de 1994 no jornal A Tarde, de acordo com a cultura da época.

* Infelizmente apenas a parte mais esclarecida e inquieta da comunidade negra, comemora este 20 de novembro e combatendo o endêmico preconceito ainda praticado no nosso amado Brasil.
O preconceito não acabará apenas através de movimentos e manifestações. Porque se as autoridades quisessem realmente debelar o racismo, investiriam mais na educação, promoveriam campanhas publicitárias maciças, daquelas cuidadosamente elaboradas quando o assunto tem como retorno, altos dividendos políticos.

Mudariam de vez a tradicional e preconceituosa prática dos livros de iniciação à cultura, onde as crianças aprendem desde cedo que o modelo de pessoa é o branco ariano onde o negro aparece sempre como serviçal e nunca como personagem central, onde elas não se reconhecem nos brinquedos infantis porque os heróis são brancos, e as bonecas são sempre loiras. Vêem na televisão a Xuxa que é a rainha de todos os dos baixinhos, mas que não tem ao menos uma morena entre suas paquitas. Nos comerciais de cremes dentais nunca têm negros, (que sempre foram marcados desde a escravatura pelos dentes alvos e perfeitos)

Nas nossas Forças Armadas por exemplo, não vemos um general negro, enquanto nos EEUU, o general Colin Power é destaque no governo. No Brasil “um almirante negro” só em letra de samba enredo no carnaval carioca. Aliás, já disseram que a razão é a túnica branca que não combina com a pele negra. rsrs
E assim vamos por muito tempo ainda ver e ouvir expressões antigas como; Um rapaz “de boa aparência”, ou; Uma moça “de qualidade” quando se trata de uma pessoa de pele clara.

A Academia Militar de Agulha Negra que ironicamente opta por formar apenas os alunos brancos, segundo o ex-governador do Espírito Santo Albuíno Azeredo que por lá passou e declarou há tempos atrás à Revista IstoÉ, que justamente por ser um aluno exemplar e com um futuro que ameaçaria a “tradição”, foi aconselhado a desistir porque não iria chegar a lugar algum.

Um galã negro estrelando uma novela na TV brasileira é uma coisa inconcebível.
Na Bahia, terra de maioria negra, é bastante comum os meios de comunicação usarem frases preconceituosas como; “juventude dourada”, “gente bonita”, sempre usadas quando se referem aos componentes dos blocos de elite a exemplo do Eva, tido como “O metro quadrado mais bonito da Avenida, expressão nunca usada quando se trata de uma entidade compostas na sua maioria por pessoas de cor, que já são excluídas até de alguns eventos de origem e nome afro, mas que são organizados em formato privê, tão “alvejadas” que mais parecem àquelas festas de colônias africanas sob o domínio da Inglaterra ou Holanda onde o negro é garçom, empregado doméstico ou segurança.
Desejo que um dia, ainda que longínquo, essa triste realidade mude.

Max Matos.
(Na época, ainda não era dizendo tudo) rsrs.

Sexta, 22 Novembro 2019 11:36

Martin Luther King disse uma vez...

8000 Luther 2“O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS, MAS O SILÊNCIO DOS BONS”.

É o que está acontecendo com o eleitor brasileiro no momento:
A minoria, que são os inconformados com o resultado das eleições de 2018, de forma fascista, com informações tendenciosas e muitos fakes, está gritando e ocupando os espaços na opinião publica muito mais que a maioria, que fez a escolha vencedora.
Isso leva muita gente que tem pouco acesso a mídia informativa, ou que não tem conhecimento político a acreditar e disseminar falsas "verdades".

Max Matos, dizendo tudo.

Domingo, 13 Outubro 2019 20:21

Reverências para o Anjo Bom

Salvador - 1984:
Esta foto foi extraída do livro, "Irmã Dulce dos Pobres."
O policial para o trânsito para a lenta travessia de Irmã Dulce no Largo de Roma. Aliás, esta cena era comum; Ela acompanhada de operários segurando o material que ela saía pra pedir aos comerciantes. Fui testemunha dessa cena por muito tempo.

Max Matos, relembrando tudo.

Comissão de Direitos Humanos da OAB pede afastamento do sniper que abateu sequestrador no RJ.
"O sequestro do ônibus afligiu familiares dos 37 passageiros que ficaram reféns do bandido que ameaçava incendiar o coletivo, além de interditar a via, provocar enormes congestionamentos e transtornos a milhares de pessoas causando sérios prejuízos a vida da Cidade numa ação de três horas só de negociação".
Esses cínicos dos Direitos Humanos esqueceram a tragédia da jovem Eloá cuja negociação dramática durou cinco dias e a vítima acabou morta pelo sequestrador que não morreu e ainda houve inquérito para apurar possíveis agressões que ele teria sofrido. Pode?
Inversão de valores total.
Imaginem se a Lei do Abuso de Autoridade passar, hein?

Max Matos, dizendo tudo.

Domingo, 13 Outubro 2019 17:01

ELA É SANTA!

ELA É SANTA!
Me senti altamente gratificado com a canonização da nossa Irmã Dulce, pois todos os baianos já a consideravam uma santa há muito tempo. Assim como eu, que em março de 1999, prestei a homenagem abaixo de forma pública através de um artigo no Jornal A Tarde e que está também no meu futuro livro:

IRMÃ DULCE
Durante muitos anos, acostumei-me a ver a imagem daquela mulher frágil nos jornais, na TV, ou mesmo nas ruas, andando sozinha levando as mãos um modesto classificador, entrando em estabelecimentos comerciais para pedir contribuições para os necessitados que acolhia.

Confesso que a via, como um ser humano superior a nós pessoas comuns, que apesar de crentes em Deus, não conseguimos cumprir à risca um dos seus mandamentos; Amarás ao teu próximo com a ti mesmo”, o que Irmã Dulce fazia naturalmente de forma plena, autêntica, como ninguém.
Mas era difícil para mim, vê-la na televisão e ouvir aquela voz suavemente rouca. E quando isso acontecia, eu fazia um esforço enorme para permanecer na sala, mais nunca conseguia, porque uma emoção diferente e inexplicável tomava conta de mim e as lágrimas me vinham.

Por diversas vezes, até ensaiei as palavras para proferir quando a abordasse ao encontrá-la. Fiz planos para visitá-la, ser fotografado ao seu lado para orgulhoso e feliz, mostrar aos meus filhos, mas a coragem sempre me fugia, não sei explicar por que.
Era o mês de junho, final de uma ensolarada manhã de terça-feira na Rua Chile, lá estava eu, na porta da antiga e tradicional Casa Sloper, aguardando minha mulher sair do trabalho, quando a grande oportunidade surgiu.
Olhando para o lado direito, lá vinha um hábito azul e branco, tremulado pelo vento com um corpo de mulher dentro, era ela, era o momento, o meu raro e tão aguardado momento.

Apesar de sentir uma repentina dor na coluna, uma frieza na língua e uma ligeira arritmia, eu estava preparado para me apresentar aquele meu sagrado ídolo. Respirei fundo e me posicionei, mas antes de mim, um cidadão (que eu nunca conheci, mas tenho a sua imagem até hoje na mente), antecipou-se e entusiasmadamente exclamou: Irmã!... Eu, pacientemente recuei, e aguardei o feliz cristão concluir o seu privilegiado encontro.
Mas quando ele lhe beijou a mão e despediu-se, fui acometido de um sintoma inesperado, algo como uma paralisia corporal, só conseguia fitá-la como um cinegrafista armado com sua câmara, ávido para focalizar e captar a melhor imagem.

Assim fiquei, com o olhar fixo, acompanhando, a dois metros de mim, o movimento daquele perfil, permanecendo assim por um ou dois minutos, até vê-la sumir na multidão, e conformado pensar: da próxima vez eu consigo. Mal sabia eu, que mesmo se passando muitos anos o destino jamais me daria outra oportunidade e que aquela seria a última vez que eu viria Irmã Dulce com vida.

Hoje, resta-me um consolo; o de enquanto viver, assistir todos os anos no dia 13 de março pela manhã na Igreja da Conceição a missa em sua homenagem, data esta, que por outro lado, me traz muita alegria, pois junto com a nossa harmoniosa família, comemoramos também, o aniversário da nossa adorada mãe, no que aproveito para fazer duas emocionadas saudações:
Parabéns minha grande Abigail! E, Rogai por nós, Amada Irmã Dulce!.

Max Matos, orgulhosamente dizendo tudo.

 

Quarta, 09 Outubro 2019 13:01

2018, Uma campanha inacabada

Parece que a última campanha para presidente do Brasil continua, para os eleitores da esquerda (Lula-Haddad).
Inconformados com o resultado legítimo que deu a vitória a Bolsonaro, eles ainda se comportam como se não tivessem acordado após o dia 28 de novembro. Parece que o despertador não tocou. rsrs

Ironias à parte, infelizmente o que existe, é uma minoria alarmante e que tem mais acesso à mídia, postando tudo o que quer e imagina, dando ênfase a qualquer notícia que envolva o governo, recheada de muitos fakes. Tudo orquestrado por sites financiados. Enquanto uma maioria que acordou logo no dia seguinte, por estar convicta da realidade, se acomodou e está silenciosa, precisando de um “empurrão” para equilibrar o universo das informações, tirando e esclarecendo as dúvidas do povão. Só isso.

Max Matos, dizendo tudo.

 

Terça, 08 Outubro 2019 12:42

Vincent Van Gogh - Reconhecimento tardio

Plantaram 125.000 girassóis em torno do Museu Van Gogh para comemorar o aniversário de nascimento do saudoso artista.
Infelizmente o verdadeiro reconhecimento só vem pós-morte.

7000 Van Gogh girassóisVincent Van Gogh, gênio pintor holandês, foi uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental.

Criou mais de dois mil trabalhos em pouco mais de uma década, sendo 860 pinturas a óleo, trabalhando, até os últimos dias de vida, mas morrendo pobre e esquecido.

Max Matos, dizendo e informando tudo.

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