Sexta, 22 Novembro 2019 12:58

CONSCIÊNCIA NEGRA

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(Publicado no jornal A Tarde em 1993).
* Que amanhã, 20 de novembro, a sociedade reflita e o encare da mesma forma que o seu mártir Zumbí, o fez, com coragem e determinação. Porque naquela época, nada lhe era favorável. Ele não tinha a lei Afonso Arinos (mesmo burlável), para ser usada na sua defesa por algum ilusório advogado, não tinha carro de som para amplificar a sua voz, encorajar e mobilizar os seus seguidores. Não tinha a imprensa para divulgar as suas atividades.

Ele não contava se quer com políticos oportunistas (daqueles que a gente bem conhece), para visita-lo no Quilombo dos Palmares no período eleitoral, levando cestas básicas, pulhos favores, e com sorrisos forçados sair apertando a mão da negrada e lhes dar um apoio público, ainda que falso. É claro! negro não era cidadão, e por isso não votava.

Hoje tudo é mais “fácil” o negro tem a imprensa, a lei, tem advogados, tem carro de som, legou à sociedade, toda a sua cultura, as suas iguarias, a capoeira, a sua religião, suas festas que se tornaram populares e a sua música que é consumida em todo o Brasil, mas que ainda não é o suficiente para as mudanças tão desejadas.

E ainda existe uma inversão de interpretação quando acusam o negro de ser o racista, pode? Até o resistente bloco Ilê Aiyê é acusado de ser um bloco racista. Logo o Ilê que no início dos anos 70, surgiu e se insurgiu contra o que muitos não queriam e ainda não querem enxergar.
Amargos Hipócritas!

Max Matos
(Na época ainda não era, Dizendo tudo.) rsrs

Ler 1678 vezes Última modificação em Sexta, 22 Novembro 2019 13:01

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