Um fato marcante neste São João, foi sem dúvida a homenagem ainda que discreta, feita ao saudoso cantor Jackson do Pandeiro pela passagem do seu centenário. Aliás, vi apenas num programa noturno de TV sobre as Festas no Nordeste, e só. Aquele paraibano retado, foi realmente “o cara". Desde criança, as músicas cantadas por Jackson me chamavam atenção.
Não só pela marca regionalista, mas principalmente pelo uso do compasso e o abuso nas divisões musicais, sempre repetindo o refrão de forma diferente da outra em uma mesma música, independente da graça que ele dava às letras pitorescas sempre retratando uma particularidade nordestina como esta do vídeo com o também eterno Dominguinhos. Mesmo antes me tornar músico de execução instrumental, a vocação musical me apontava na direção da qualidade e do ecletismo, pois admiro, do clássico ao popular, sem discriminação idiota. Assim como o eterno Luiz Gonzaga foi Rei do Baião, Jackson do Pandeiro foi o Rei do Forró, do Xaxado, e o cantor de maior ritmo vocal do mundo.
Os céticos diriam que eu estou exagerando (não tô nem aí pra eles). Por isso me indignava quando ouvia de um “americanalhado” qualquer, daquele tipo que só dá valor ao que é de fora, que tem mania de criticar o que é nosso, se referir ao grande e também meu ídolo, o inesquecível Frank Sinatra, como um cantor que abusava do ritmo na interpretação das suas refinadas canções. Realmente, era sim. Mas igual a Jackson do Pandeiro, nem ele e nem nenhum no mundo, ao menos se aproximava. Porque Jackson era apenas um nordestino, de origem pobre.
Nunca deu sorte com empresários, não gozou da preferência e um pouco mais de simpatia da mídia manipuladora como merecia. Infelizmente só veio ter o seu valor realmente reconhecido já no final da vida. Ainda bem que Jackson do Pandeiro, mesmo pós-morte e tardiamente, vem sendo lembrado, educando e enriquecendo o conhecimento musical não apenas dos jovens, mas também dos “burros velhos” rsrsr, que vacilaram e acabaram passando batido sem perceber o momento mágico musical que deixaram de viver. Onde estiveres caro Jackson, o meu sincero e eterno agradecimento!
Veja:
https://www.facebook.com/ForroNordeste/videos/1556985551045188/
Max Matos, dizendo e saudosamente lembrando tudo.
